Wednesday, August 30, 2006

Obcecação XVII

O meu porto de abrigo é aquele lugar
Distante de um dia-a-dia que tudo exige
De mim
E me faz esquecer o que é importante.

Longe de mim

Tudo se encontra.
Sou pobre, acima de tudo pobre.
No que faço,
No que dou,
Quando me dou.
É desta pobreza que este lugar me salva.
Lembra-me de Ti!

Longe de mim

O mundo não pára, nunca pára
Não é fantasia,
É real
É Verdade
Não é de mim que fala
Percebes?
É de Ti!

Longe de mim

É tão perto,
Tão simples(mente)
Tudo!
Sou eu
Somos nós
E o mundo

Longe de mim,
O meu porto de abrigo!

Monday, August 28, 2006

De Sophia...

Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.

Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.

Há muitas coisas que eu quero ver.

Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz precipitado.

Friday, August 25, 2006

Obcecação XVI

Sinto a ânsia
De uma Entrega
Que não quero

Sinto a certeza
De uma Verdade
Que não conheço

Sinto o medo
De uma Dor
Que não experimento

Sinto a calma
De uma Paz
Que não é minha

Sinto Amor!

Sinto-me,
Sinto-Te
E não sei quem sou.

Wednesday, August 23, 2006

Obcecação XV

Paro.
Tudo à minha volta
É pressa.
Deixo-me estar,
Quieto,
Imóvel…
E tudo pára!

Tudo menos tu
Inquietação permanente

Escuto.
Tudo à minha volta
É ruído.
Então fujo,
Escondo-me,
Só…
E tudo pára!

Tudo menos tu,
Inquietação permanente

Olho.
Tudo à minha volta
É sujo
Então tapo os olhos,
Depois fecho-os,
Cerro-os…
E tudo pára!

Tudo menos tu,
Inquietação permanente

(Ah! Como é bom saber-Te sempre comigo)

Monday, August 21, 2006

A Munch...


É neste Grito
Que me quero mostrar
Que me liberto
E que transformo
Tudo à minha volta

É neste Grito
Que deixo sair
O que me consome
E me marca
Cá dentro

É neste Grito
Que tudo se distorce
E me mostra
Que é diferente
A realidade

É neste Grito
Que dor e sofrimento
Explodem em mim
E ferem o mundo
Em que habito

Friday, August 18, 2006

Obcecação XIV

Arranca de mim este grito meu
Desabafo de um medo presente
Que não tendo sido eu quem deu
E esquecido em cada abraço teu
Sou eu aquele que sente

Faz com que seja maior em cada passo
Que cresça nesta dor sentida
Liberta-me deste enfermo cansaço
Eu que me ajoelho e peço Teu abraço
E sedento, espero a verdadeira vida

Crê em mim, por Ti criado
Faz-me Teu, ouve o meu clamor!
Não me deixes ser mal amado
Por nenhum outro assim levado
P’ra uma vida sem Amor

Wednesday, August 16, 2006

Obcecação XIII

Não quero que saibas
Mas, quando te vejo
Observo
Quanto te oiço
Escuto
Quanto te sinto presente
Sinto-me mais…

Não quero que saibas
Mas, quando falas
É p’ra mim que falas
Quando escreves
É sobre mim que escreves
Quando cantas
Ah! Sinto-me mais…

Só quero que saibas
Que és para mim exemplo
De algo grande, algo bom
Como uma força que me anima
E quando te vejo, oiço, sinto
Quando me falas, escreves, cantas
Sinto-me mais…


Perto!

Monday, August 14, 2006

Obcecação XII

É tão bom!
Simplesmente acreditar
Que amanhã será diferente
Só porque já não é hoje

É tão bom!
Virar as costas
E sentir-me livre
Só porque já não vejo as grades

É tão bom!
Deixar tudo, como feito
E descansar
Depois de nada

É tão bom!
Estar só, acompanhado
Porque só eu basto
Para mim

É tão bom!
Experimentar a ausência
Do silêncio
Com uma gargalhada vã

É tão bom
Porque é mentira!
A Verdade...
Custa sempre um bocadinho.

(Mas caramba, vale a pena!)

Thursday, August 10, 2006

Obcecação XI

A Beleza que nos rodeia sempre
Ergue-se esbelta, indiferente
A tudo quanto é ódio e guerra

Sobre o mal impera a graça
Desta beleza, que tudo abraça
Brilhante sol sobre a terra

Poucos são os que a conhecem
Mas ao vê-la, nunca esquecem
Aquele toque de alva luz

Fruto de um amor presente
Do Pai, que tudo sente
E nos deu seu filho Jesus

Wednesday, August 09, 2006

De Almas Sem Aspas...

É cantando
Que Te abraço, que me tens
É cantando
Que Te falo bem de dentro
É cantando
Que me fazes querer entrar
Foi cantando
Que me quiseste acordar

Mas é chorando
Que o coração Te vê
É caindo
Que Te estendo a mão
E é sofrendo
Que a gente aprende a ser
Todo Teu...todo Teu!

Monday, August 07, 2006

Obcecação X

E porque não?
Pensar…
Porque uma ideia bonita
Um sonho
Começa com uma imagem
Com um toque
Teu

E porque não?
Arriscar…
Porque uma ideia bonita
Um sonho
Pode ser mais
Pode ser
Verdade

E porque não?
Ir…
Porque uma ideia bonita
Um sonho
Se não for grande
Não é mais que a
Morte

E porque não?
Confiar…
Porque uma ideia bonita
Um sonho
Não vem de mim
Mas é para mim
Tudo

E porque não?

Friday, August 04, 2006

Obcecação IX

No fundo do meu coração
Perdido nos confins do meu ser
Encontrado em cada gesto,
Em cada toque,
Suspiro,
Teu em mim,
Existe Amor

Agarrado a cada palavra contida
Preso a um pensamento vão
Suspenso no silêncio
Que me rodeia,
Que me cerca,
Existe Amor

No acorde de uma guitarra solitária
Na melodia de um rouxinol desprezado
No meio de uma multidão desatenta
No princípio e no fim de tudo criado
Em tudo!
Existe Amor

Oh! Sensibilidade
Deixa-me vivê-lo!
(Não me dês só a certeza…)