Tuesday, January 16, 2007

Diário de Bordo #6

Deixou-se ir depressa porque não há bem como o que se não tem e passa a ter. Disse-me quem lá esteve que nem para trás olhou. Nem uma vez, nem de relance quis fitar os olhos de seu pai e irmão que para trás deixava. Era o seu desejado tesouro. A liberdade.
Estava feliz no seu caminho. Amparado pela esperança que nunca morre. Pela certeza que vem da verdade que se sente, mas que nunca se sabe verdadeira. Ou talvez não. Talvez saibamos de facto, mas às vezes só sentimos. Só queremos sentir o vento, o som do mar, a areia nos pés... Esquecemos tudo o resto. Tornamo-nos importantes. Independentes.
Passou bastante tempo. Tanto quanto conseguiu guardar em si a realidade de uma vida sem sentido... encontrou-se só. Totalmente só. Quis lembrar-se. Nem uma imagem lhe passava pelos olhos. Porque não olhei para trás? Porque me abandonei? Estou cego.
Nessa noite sonhou azul. Sonhou doce. Sonhou calma. Do sonho lembram-lhe os braços, os abraços... os sorrisos! E a luz? Que Luz! Sentiu-se perdoado, capaz de voltar. Disse sim. Acordou a gritar sim. SIM!

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