Friday, November 03, 2006

De Rui Corrêa d'Oliveira...

SENHOR ACENDE EM MIM O TEU FOGO

O tempo que me dás vai-se escoando na minha história sem que o fogo da tua graça me incendeie a alma até que queime o chão que piso.

Olho para trás e não vejo, como queria ver, a marca do teu fogo nas marcas que vou deixando.No fundo, tenho medo desse lume que arde sem se ver, mas que queima de verdade a ponto de consumir uma vida inteira. Aquelas vidas que assim se deixaram devorar por esse fogo são hoje sinais que me são dados de como Te fazes presença na idêntica humanidade de gente como eu.Tenho medo de me queimar, ainda que saiba quanto lixo e folha seca eu tenho, à espera de fazer essa fogueira que consome o que não presta e deixa espaço para que a verdade se afirme em chama de lume novo.Tenho medo de dar ao fogo o que tenho porque esse nada que tenho às vezes parece muito e vou-me consolando com a ilusão de ter o que não tenho.É desta matéria fraca que são feitos os pecadores. É por esta pobreza de alma que nascem tão poucos missionários, desses que vivem vidas que nos gritam Cristo por onde passam.O que não me deixa de espantar, é que foi nesta amostra de gente que quiseste encarnar. Foi com gente como eu que quiseste fazer a Igreja, a quem deste o fogo do teu Espírito para que devorasse a terra inteira.

Grande és Tu, Senhor, que do nada fazes tudo. Como no tempo dos profetas incendiaste a madeira verde do altar de Elias, também hoje continuas a fazer santos de teimosos pecadores.O fogo da tua graça é a minha esperança, o calor da tua presença é a minha certeza, e a misericórdia do teu braço, a minha paz.

Ámen.

A todos aqueles que não se deixarem tocar e passarem indiferentes a este testemunho, recomenda-se PROZAC, muito prozac...
Estamos claramente perante um caso grave de delírio!
Obrigado à Maria ou à Isabel (já não me lembro qual das duas) pelo texto...

4 Comments:

Blogger Mike said...

Brutal é mesmo muito pouco para descrever este texto... já fiz inúmeras experiências com ele. A mais radical de todas foi tentar lê-lo tentando não o sentir como uma oração...

Não fui capaz. Converti-me a meio!

10:07 am WET  
Blogger J said...

Sem dúvida um texto fantástico, muito bem escolhido. É mesmo impossível não o sentir como oração, tens razão.
Beijinhos

6:36 pm WET  
Blogger J said...

"Tenho medo de me queimar, ainda que saiba quanto lixo e folha seca eu tenho, à espera de fazer essa fogueira que consome o que não presta e deixa espaço para que a verdade se afirme em chama de lume novo."-foi das frases que mais me tocou no texto, talvez porque sinta que é mesmo verdade, tantas vezes o fazemos mesmo sabendo que estamos a fazer mal...

6:39 pm WET  
Blogger joaquim said...

"Verdadeirissima" oração.
Também do autor e sua familia era de esperar.
Abraço em Cristo

10:50 pm WET  

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