Wednesday, June 14, 2006

Às Pessoas Sensíveis...

Eu, ao contrário, tinha vindo estudar por uma enorme vontade de saber mas sem ter qualquer ideia de que futuro queria seguir. Ou melhor, tinha imensas ideias. O problema era esse: tinha imensas ideias que se atropelavam umas às outras. Um dia o que queria era casar-me, outro dia ser médico, ou jurista, ou professor, ou doutor em teologia, ou clérigo ou, por vezes mesmo, monge. E tudo isto às voltas na minha cabeça, conforme o vento que soprava, ou seja: conforme o que no momento me atraía.

No meio de tudo isto, frequentemente, vinha-me Deus à ideia. Não sei porquê, mas desde miúdo sempre foi assim. Um desejo enorme dele, uma espécie de íman que, para uma pessoa sensível como eu, me deixava por vezes profundamente deliciado e outras profundamente baralhado. Porque uma pessoa sensível como eu tanto é capaz de se deixar levar por arrebates místicos como depois é capaz de se deixar prostrar pelas tentações mais descaradas e pela amarga recordação dos seus pecados passados. Às vezes penso como seria fácil a vida se eu fosse menos sensível mas depois peço perdão a Deus recordando-me das enormes graças que Ele me concedeu, precisamente através da minha sensibilidade. Foram graças sobre graças.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

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2:49 pm WEST  

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